Sim, nós sabemos que parece ser complicado. Por isso, antes de partirmos para a teoria e definirmos um modelo ideal para o estoque, é importante fazermos um diagnóstico atual dos produtos e entender como eles estão sendo comercializados. Para isso, alguns aspectos devem ser levados em consideração: giro, valor, tempo de permanência e disponibilidade.

Análise aproximada:

Giro: O giro, nada mais é do que a frequência na qual o produto costuma a sair e entrar. Ele pode variar de acordo com o período do ano ou sazonalidade, mas no geral costuma a ser uma métrica constante e pouco variável.

Tempo de permanência: Quando não há uma relação sólida entre entrada e saída, este indicador pode ser levado em consideração. O tempo de permanência do produto não leva em consideração necessariamente as entradas, pois neste caso, estará sendo medido o tempo de permanência sem quaisquer tipos de movimentações e para a partir deste ponto poderá ser estabelecida uma relação com a nova entrada.

Disponibilidade: Produtos sazonais ou que têm giro em épocas específicas do ano devem ter um tratamento diferenciado. A disponibilidade é um indicador que visa mensurar quando este produto deve estar disponível de acordo com a particularidade dele. Um exemplo muito prático é o setor de inverno em lojas de vestuário. É fácil observar que a disponibilidade destes produtos é infinitamente maior durante os períodos de outono/inverno do ano.

Valor: Deve ser levado em consideração e meticulosamente analisado, pois na prioridade de alocação, será levado em consideração o valor/preço do produto. Definido uma organização ascendente ou decrescente de valor, a prioridade de alocação em locais mais “cômodos” do estoque deverá ser por produtos de maior valor agregado. É importante principalmente para evitar deterioração ou degradação por danos ao produto, visto que será necessário maiores valores para a reposição do mesmo.

FIFO (First In, First Out): Metodologia que leva em consideração tempo de permanência de produtos. Neste modelo, produtos com alto giro e bom fluxo de vendas são priorizados pois deverão ser de “fácil alcance”. Vale salientar que esse modelo é aplicado em produtos sem validade ou com longos períodos de validade.

FEFO (First Expire, First Out): Metodologia que preza pela validade do produto. Produtos mais “antigos” ou próximo de expirar validades devem ser alocados de forma que facilite sua saída. Esse modelo evita que produtos que chegaram entre o primeiro e o último a entrar “furem a fila” e acabem por fazer que o primeiro a entrar continue estocado e espire a validade antes dos últimos a entrar. Nota-se que esse modelo é aplicável a produtos com curto período de validade e um dos grandes ganhos de se utilizar essa metodologia é a possibilidade de estabelecer uma regra de recebimento de mercadorias impondo uma validade mínima para o recebimento.

LIFO (Last In, First Out): Leva em consideração a prioridade dos últimos que entraram. Aplica-se diretamente a produtos específicos que devem ser priorizados por determinado acontecimento ou característica. Nota-se que este modelo geralmente é utilizado por concessionárias, pois o valor agregado do produto está diretamente relacionado ao tempo de permanência em exposição. Ou seja, o quanto antes o produto for vendido, maior será o valor de comercialização.

Layout de estoque: Definirá visualmente e fisicamente a posição que os itens irão ocupar, facilitando sua localização, inserção ou extração do item selecionado. Leva em consideração os aspectos de posição, funcionamento e particularidades das instalações e produtos. É de extrema importância o layout do estoque estar em sintonia com o modelo de estoque definido, afinal, estrategicamente falando, será mais cômodo e ágil adaptar o layout à metodologia do que o processo contrário.

Para implementar um destes modelos é de suma importância,  possuir um software de controle de estoque. Pois será ele que auxiliará na análise de datas, validades, características e mensuração de giro dos produtos. Além disso, será possível analisar os erros de acordo com a metodologia escolhida e o fornecimento de dados pelo sistema.

Conclusão

Não há modelo ideal ou de melhor aplicação, atualmente no mercado estes modelos são os mais utilizados e de melhor desempenho. Será a necessidade particular do modelo de negócio e tipo de produto comercializado que definirá qual modelo deverá ser aplicado. A mensuração de resultados deverá ser de acordo com os interesses ou particularidades de validade ou sazonalidade do produto.

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